Eu sempre quis ser aceita em momentos que não tinham necessidade. Em busca de ser bem vista e amada, deixava minha prioridades em segundo plano e optava por suprir as necessidades de outras pessoas, por medo de desapontá-las. Nas raras situações que conseguia dizer "não", ficava com pensamentos como se não tivesse agido de forma adequada. Eu me culpava.
Passado muito tempo, após estar disponível para tantas pessoas que pouco se disponibilizavam a mim, decidi me enxergar. Resolvi me olhar e me priorizar. O cuidado que eu sempre dava ao outro, decidi dar a mim mesmo e pensar no que é essencial para mim, nos meus gostos e desejos.
Cansei de carregar a impressão de que nunca faço o suficiente, de que, por mais cansada que eu esteja, sempre posso me doar mais e mais. Querer agradar a todos é um fardo muito pesado, que demanda muita energia.
Descobri que eu posso cuidar do outro e estender a mão a ele, mas tenho aprendido também a discernir em qual momento e a quem posso e quero me doar.
Texto original: https://eoh.com.br/o-dia-em-que-me-escolhi/