AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA

A adolescência é um dos estágios mais complicados da vida de uma pessoa, e eu digo complicado pelo fato de ser uma transição de fases muito diferentes, que é a passagem da infância para a vida adulta. É nessa etapa que a pessoa irá formar sua identidade, porém o adolescente chega muito inseguro e confuso, pois precisa lidar com diversos aspectos simultâneos, como a mudança em seu corpo, namoro, sexualidade, vestibular, profissão, pais, escola, enfim. Diante disso, em alguns momentos o adolescente não sabe como agir frente a esses conflitos e acaba fazendo da forma que acha correto, chegando a cometer a automutilação.
A automutilação acontece quando a pessoa se ataca fisicamente, agredindo seu próprio corpo, seja por meio de queimaduras, batendo a cabeça na parede, se furando com objetos pontudos, se cortando, arrancando ou puxando seus cabelos, ingerindo medicamentos em excesso, ou seja, qualquer ato que seja destrutivo a seu corpo. Aquele que se automutila possui vergonha de confessar este ato, e devido a isso procura esconder ao máximo suas lesões. Geralmente, se veste com roupas de mangas longas (mesmo no verão), caso a agressão tenha sido nos braços; possui diversas cicatrizes repetidas e ainda, evita locais onde seu corpo é exposto, como piscina.
Para os adolescentes que comentem essa agressão física, é uma forma de encontrar um alívio para os conflitos que estão vivenciando. A dor que a pessoa sente ao se automutilar é algo suportável, possível de administrar, isto é, o adolescente tem um controle e, além disso, a dor física faz com que seja esquecido, por um curto tempo, o conflito anterior.
A pessoa que se automutila precisa expor suas dores físicas e emocionais, precisa ser acolhida e ser vista como um ser singular, onde possa conhecer outros meios de lidar com suas dificuldades, formas que sejam mais saudáveis do que seu comportamento atual e é nisso que a Psicoterapia o auxiliará.